foto de capa por Fernanda Cardoso
Encontros na Paulista
Um passeio na avenida mais paulistana de São Paulo, para muitos é só um dia como outro qualquer. O cartão postal da cidade, onde vários rostos desconhecidos se encontram e se perdem… Aquele clichê fotográfico que se mistura entre o vai e vem dos carros que passam por ela apressados.
Foi por esse cenário que me encantei, era só mais um dia, poderia ser um outro qualquer, porém, um passeio fotográfico que tinha como destino o Estádio do Pacaembu, não poderia simplesmente acabar ali, ainda mais quando se tem uma apaixonada por fotografia e que tinha vindo de tão longe.
Eu tinha que conseguir tirar o máximo desse passeio, então, aproveitei o sol que ainda raiava no céu que mais parecia uma pintura com suas nuvens brancas. Fazia um dia lindo aquele sábado. Não poderia deixar de estender o passeio.
Por que não aproveitar aquele dia para conhecer a PAULISTA?
Sim meus caros, antes que vocês me perguntem, como pode uma paulista nunca ter ido à AV. Paulista?
Eu explico.
Claro que muitas vezes passei por ali de carro, mas sempre correndo. Nunca tinha parado para observá-la, contemplar cada detalhe, cada encanto dela.
Eu ainda me pergunto até hoje, porque demorei tanto tempo para isso?
Mas naquele dia pude realizar finalmente um desejo antigo e enxergar através das minhas lentes cada detalhe daquela avenida.
Tive a sorte por aquele dia ser um feriado, logo, a Paulista estava fechada para os carros, só para os carros, porque a arte estava mais que liberada naquele lugar. A avenida estava ainda mais viva, por todos os lados tinha algo a se contemplar.
Muros grafitados, a arquitetura que faz um show a parte, artesãos fazendo e vendendo sua arte pelas calçadas, músicos que fazem de cada esquina seu palco e as pessoas que se misturam independentemente de cor, credo ou classe social.
Ali somos todos livres para aproveitar as coisas simples da vida e, finalmente eu estava ali, naquela avenida pela primeira vez, podendo contemplar cada detalhe de toda a sua extensão, feito uma criança a se perder em uma loja de brinquedos.
Encantada, o brilho no olhar não precisava de palavras para explicar tal alegria. Então, saquei minha câmera e através das minhas lentes registrei não apenas um dia como outro qualquer ou simplesmente um cartão postal, registrei momentos e sentimentos.
Registrei o violão do músico que embalou a trilha sonora, a dança dos bailarinos que enchiam os olhos, os grafites que coloriam o cinza, as bolinhas de sabão que tirava o sorriso das crianças, os cachorros a passearem felizes com seus donos, registrei encontros e despedidas, beijos roubados, sorrisos largos, corações felizes.
Registrei o mundo através de uma avenida.
Então toda vez que paro para contemplar cada foto que fiz naquele dia, abro em mim um baú de sentimentos, de emoções, um baú de amor.
Pode ser até um lugar clichê para muitos, mas para mim, será sempre palco de um dia especial que a fotografia me proporcionou enxergar com os olhos da alma.
O significado dessas fotos está muito além do que se pode ver, quem me conhece vai entender. O que para muitos é algo tão simples, ficará marcado para sempre em meu coração. Porque foi através desse dia que eu pude perceber que quando a gente entende que pode ser feliz no simples, ser feliz com o que a vida nos proporciona, tudo fica mais fácil, mais bonito.
Afinal, ser feliz não é uma consequência, é uma escolha. Escolha ser feliz mesmo se essa felicidade for tão clichê quanto fotografar a Avenida Paulista.
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