Escrito por Pollyanna Bettio (@pollyannabettio)
Quando tudo virou de ponta-cabeça
Não foi fácil descobrir que a fotografia ia ser a minha vida e que eu ainda ia querer ela como parte de mim. Não surgiu da noite para o dia o desejo de congelar o tempo. Minha história começa algum tempo atrás…
Era o mês do meu aniversário, julho de 2016. Descobri que estava grávida. Ficamos felizes, era mais um sonho sendo realizado. E assim foi, como em um sonho, até que completei 29 semanas de gestação.
Durante uma madrugada, acordei e descobri que havia perdido muito líquido. Fomos ao hospital e foi constatado que havia ficado líquido insuficiente para continuar a gestação. Consequentemente, meu bebê Cauã veio ao mundo no dia 31/12/2016.
Ele veio lindo, chorando forte assim como eu. Mas foi direto para a incubadora…
Foram dias intensos, tiramos forças de onde não tínhamos.
Ele teve altos e baixos como todos na UTI Neonatal. Foi ganhando peso e crescendo.
Quando ele completou 39 dias, perto da meia-noite, antes de ir para casa dormir um pouco, segurei suas mãozinhas. Ele deu um apertão bem forte. Fui embora chorando.
Quando voltei pela manhã às 7 horas, percebi ele inchado e sua mãozinha já não apertava meu dedo. Soube naquele momento que ele ia me deixar. Pela tarde, ele nos deixou. E meu mundo acabou.
Era dia 10 de fevereiro de 2017.
Entrei em depressão, não saia mais de casa. Tinha um emprego considerado muito bom pela sociedade, mas não consegui retornar e fiquei afastada pelo INSS.
Foi assim até outubro quando, passeando pelo Facebook, descobri um grupo que promovia saídas fotográficas. Entrei no grupo de curiosidade, pois nem câmera eu tinha. Entrei também no grupo do Whats e logo fui convidada para a próxima saída que seria em Paranapiacaba.
Resolvi ir e fui super bem recebida pelo fundador do grupo, Rafael Franco, e integrantes. Fotografei com uma Cyber Shot da Sony antiguinha. Me senti muito bem e viva, uma alegria brotando lá do fundo.
Em novembro, comprei minha primeira câmera DSRL, uma Canon T6i. E minha estreia com a Câmera foi em uma saída com esse mesmo grupo. O local foi o Minhocão.
Nesse dia, aprendi o início da fotometria e a parte básica da fotografia. O Rafael Franco me deu várias dicas. A partir daí, minha curiosidade não acabou mais. Busquei vídeos e continuei com as saídas fotográficas que me fizeram crescer muito.
Em fevereiro de 2018, pedi exoneração do meu cargo para me dedicar somente à fotografia, o que chocou muita gente.
Desde então, não parei mais! A fotografia me trouxe a alegria de realizar algo que gostava.
Hoje, fotografo com o coração, não apenas com os olhos e o equipamento. E tudo isso acabou se tornando a minha profissão.
Não sei o meu estilo fotográfico, estou ainda a conhecer esse mundo. Mas as pessoas dizem que é sensibilidade, o que me deixa muito feliz, pois é o que eu quero passar. A sensibilidade, a emoção.
Espero que todos que vejam uma foto minha não apenas a olhem, mas sintam.
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